Friday, April 07, 2006

LOCALISMO NA JOAQUINA

Em 13 anos de surf nas praias de Florianopolis nunca havia sido vitima do tão falado localismo da Joaquina. No ultimo domingo sai cedo de casa para pegar umas ondas na Joaca. O mar estava lindo, verde, água cristalina e uma temperatura agradável. Cheguei no estacionamento e já encontrei o Perdigão, freqüentador constante da praia e o Marcelo, surfista antigo da região. Todos rapidamente se preparando para as sessões de surf.

Já paramentado, rumei a praia. Normalmente evito a região da careca devido ao grande numero de surfistas que se concentram por la, seguindo para o meio da praia, onde costumo pegar minhas ondas. No caminho encontro com o Shaper consolidado João Schiligman pronto para testar mais uma de suas invenções. Trocamos umas palavras e, após uns alongamentos fui para a água.

A temperatura da água estava perfeita. Poderia tranquilamente “cair no couro” como dizem os parceiros da água. Lentamente comecei a remar rumo ao outside. No caminho escuto um cara gritar para mim:”..estava conversando com aquels caras?” Não tinha visto ninguém, mas ele insistia:”..seu haole..vai saindo daqui já..”

Sim, estava eu tendo minha primeira experiência de localismo na praia onde aprendi a surfar 13 anos atrás. Não admito localismo e fui logo dizendo uns desaforos ao cara, pois na minha idade (53 anos bem vividos) não tenho mais paciência para lidar com este tipo de desacato. Um outro parceiro deste local fora de local (nunca tinha visto os caras na região nestes anos todos..) interveio tentando amenizar as coisas. Mas o anterior continuo a sua demonstração de bom uso do nosso vernáculo.

Fui lentamente me afastando dos dois. No caminho cruzo por outro membro da gangue de trogloditas que veio me agredir fisicamente com sua prancha. Felizmente não fui atingido. Não dei atenção (fora uns bons desaforos como elogiar a ilustre mãe do cara por ter dado a luz ao mesmo) e me afastei indo me juntar a um grupo maior onde estavam conhecidos.

Neste momento rolavem umas direitas bem aprumadinhas com “meio metrāo” e algumas pouco maiores. O Perdigão e o Marcelo estavam pegando todas as direitas. Numa destas sobrou para mim. Remei com força e vontade para a onda que vinha vindo. Dropei e peguei a rápida parede que foi logo fechando. Valeu a manhā esta onda surfada. Levei uma vaca boa em outra e acertei uma esquerda a seguir.

Enfim, curti umas boas ondas e já não lembrava mais dos trogloditas que contin uavam sozinhos mais ao sul do nosso pico.

Localismo e um comportamento inaceitável. Existe mundo a fora, fato que não o justifica. Ninguém e dono do mar, das ondas e sabemos bem que existe espaço para muita gente na Joaquina. Dias seguintes soube que os localistas acima fazem parte de um grupo de bandidos do Rio Tavares que volta e meia deixam sua sina de bandidagens urbanas para invadi a nossas praias.

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